OPINIÃO - Mariano Bícego

Tempos Modernos

Por: Mariano Bícego | Categoria: Acidente | 27-09-2017 20:10 | 3833
Foto: Reprodução

Em 7 de dezembro de 1941, as forças americanas foram surpreendidas por um ataque surpresa do Japão em Pearl Harbor, no Hawai.
O episódio foi chamado de "O Dia da Infâmia" pelo presidente Roosevelt, pois seu país foi atacado à traição, já que a declaração de guerra dos japoneses só foi entregue em Washington pelo embaixador nipônico horas após o ataque, por problemas na recepção e codificação do documento.
Sinal dos tempos.
"Acabei de ouvir o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte falar na ONU. Se ele ecoa os pensamentos do Homem foguete, eles não durarão muito mais tempo!", disse Trump numa mensagem publicada no sábado em seu perfil da rede social.
Tal manifestação do presidente americano ressoou instantaneamente e em Nova York, o chanceler norte-coreano, Ri Yong-ho, disse a jornalistas que a "declaração de guerra" de Trump dá à Coreia do Norte todo o direito de tomar represálias, inclusive a possibilidade de derrubar bombardeiros americanos mesmo se eles não entrarem no espaço aéreo norte-coreano.
Imediatamente a porta-voz da Casa Branca desmentiu a tal declaração.
Na tênue linha que separa as duas nações, as palavras e os atos têm de serem medidos cautelosamente, antes de tomarem forma.
Não estamos em 1941.
As reações a essas palavras e atos são instantâneas e os líderes dos dois países, não os medem.
Na década de 1960, o telefone vermelho entre o Kremlin e a Casa Branca impediu uma guerra nuclear durante a crise dos mísseis de Cuba, pois Kennedy e Khrushchov se falaram diretamente, encontrando um ponto de equilíbrio na demanda das duas potências nucleares.
O mundo respirou aliviado.
O problema é que hoje nem palavras usamos mais, nestes tempos dos e-moji...
mabicego@hotmail.com