ADEMIR ROSS

Juíza nega pedido de liberdade provisória, e vereador Ademir Ross continua preso

Vereador Ademir Ross teria pedido 50 mil reais para votar a favor de Walker no processo de cassação do prefeito
Por: João Oliveira | Categoria: Justiça | 23-07-2019 20:27 | 11533
Foto: Arquivo Jornal do Sudoeste

Em audiência de custódia realizada no fórum da comarca de São Sebastião do Paraíso que terminou pouco depois das 19h00 desta terça-feira (23/7), a juíza Édina Pinto determinou a prisão provisória do vereador Ademir Ross. Ele foi preso na tarde de segunda, acusado de tentar extorquir o prefeito Walker Américo Oliveira. Ademir nega.

O vereador à Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso, Ademir Alves Ross, foi preso pela Polícia Civil na segunda-feira (22/7), acusado de crime de corrupção passiva. De acordo com informações obtidas pelo Jornal do Sudoeste, o vereador estaria envolvido em um caso de extorsão contra o prefeito de São Sebastião do Paraíso, Walker Américo Oliveira.

O caso se refere a processo em andamento na Câmara. Estava marcada para a noite de segunda-feira (22/7), a apreciação e votação pelo plenário, parecer da Comissão Parlamentar Processante (CPP), que por dois votos a um julgou procedente denúncia contra o prefeito. Vereadores deveriam opinar pela manutenção ou afastamento de Walkinho do cargo.

O vereador Ademir Ross é acusado de ter pedido ao prefeito a quantia de R$ 50 mil para votar a favor do chefe do Executivo. Com o seu voto, o resultado ficaria, provavelmente, em seis votos a quatro, não atingindo o necessário um terço para afastamento.

A denúncia sobre a negociação para livrar Walkinho do afastamento chegou ao Ministério Público. Walkinho foi ouvido e apresentou áudios onde o vereador pediria dinheiro para beneficiá-lo em votação que aconteceria na noite de segunda-feira, em sessão extraordinária.

A promotora Manuela de Oliveira Nunes Maranhão Ayres Ferreira, acionou a Polícia Civil, e o delegado Rodrigo Bittar passou a acompanhar os desdobramentos da denúncia contra Ademir Ross.

Foram ouvidas gravações de conversas entre o prefeito e o vereador, e acabou ficando acertado que Walkinho iria entregar a Ademir Ross o valor combinado, o que passou a ser acompanhado por policiais civis.

“Acompanhamos o caso. O prefeito e o vereador combinaram o local, mas pedimos para que ele fotografasse as cédulas antes com a numeração para que pudéssemos conferir se seria o mesmo dinheiro apreendido no momento do flagrante”, conta Bittar.

No momento que o prefeito fez a entrega do envelope, policiais fizeram a abordagem e prisão do vereador.

A abordagem aconteceu próximo onde está sendo construído o câmpus da Ufla. “Ele alegou que o prefeito deixou esse envelope com ele sem que soubesse o que havia dentro. Inicialmente, disse que o dinheiro era para pagar os funcionários, e teria sido sacado por uma funcionária dele em agência bancária, mas não soube informar quantia e nem banco”, ressaltou o delegado.

Segundo Bittar, Ademir apresentou nova versão quando da oitiva na sede do Ministério Público. Ademir teria dado a entender que toda a situação havia sido forjada pelo prefeito. A oitiva foi acompanhada por representante do Ministério Público.

Sobre quando teriam iniciado as conversas que foram gravadas entre o vereador e o prefeito, o delegado não soube precisar. Mas segundo informações obtidas pelo Jornal do Sudoeste, isto acontecia há pelo menos 10 dias.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, o que chamou a atenção foram as versões conflituosas apresentadas pelo vereador no momento da abordagem e após depoimento acompanhado pelo Ministério Público.

O delegado informou que foi colhido o depoimento do prefeito Walkinho, e de testemunhas. O vereador foi encaminhado para o presídio em São Sebastião do Paraíso.

O delegado Rodrigo Bittar informou ter pedido a manutenção da  prisão preventiva do vereador.

No final da tarde de ontem (terça-feira) houve audiência de custódia. Advogados que defendem Ademir Ross requereram o relaxamento da prisão e que ele pudesse responder em liberdade, alegando bons antecedentes, residência fixa, além de outros requisitos. No entanto a juíza de direito Édina Pinto manteve a prisão preventiva.

Ao Jornal do Sudoeste o advogado Sérgio Aparecido Gomes disse que nesta quarta-feira (24/7) que ingressará com pedido de habeas corpus de Ademir Ross no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

Delegado Rodrigo Bittar