Neste fim de semana completa-se um mês que na maioria das cidades foi decretada a "quarentena" para que a população promovesse o isolamento social. A medida mudou hábitos e costumes de muita gente e tem deixado muitas pessoas preocupadas com a situação. A jovem Fabiana de Souza é uma delas, que se diz vítima de preconceito após a declaração da pandemia que tem assolado o mundo inteiro. Ela estava na Europa e teve dificuldades para retornar ao Brasil e mesmo tendo conseguido chegar de volta a sua terra natal, São Sebastião do Paraíso, afirma que tem sofrido com as reações de outras pessoas.
O relato da jovem paraisense Fabiana de Souza foi publicada pela agência de notícia "BBC News" onde ela relata o drama que viveu na Itália quando a crise do coronavírus se instalou. Em situação irregular naquele país ela perdeu emprego e sequer tinha onde ficar. Com dificuldades conseguiu um voo de volta ao Brasil e retornou para São Sebastião do Paraíso. Agora ela vive o preconceito e se diz discriminada por outras pessoas que a acusam de estar contaminada.
"De um dia para o outro fiquei sem emprego e sem ter onde ficar, porque estava trabalhando ilegalmente", relata Fabiana. Como faz há sete anos, a brasileira Fabiana de Souza foi para a Itália em janeiro deste ano para trabalhar por três meses no setor turístico, na região de esqui Vale D"Aosta.
"Com a chegada da epidemia de coronavírus, de um dia para o outro fiquei sem emprego e sem ter onde ficar, porque estava trabalhando ilegalmente", diz em entrevista à BBC News Brasil. "Pedi ajuda ao Consulado, porque eu estava sem dinheiro e não sabia como retornar ao Brasil. Eu estava desesperada, mas eles me disseram que não poderiam fazer nada para me ajudar."
"A orientação deles é para que a gente procure as instituições de caridade como a Proteção Civil, Caritas ou outras entidades religiosas." "Cheguei até a fazer uma vaquinha em redes sociais", conta.
"Dias depois, não sei como, a companhia aérea me telefonou dizendo que iriam me encaixar num voo que faria escala em Frankfurt e em Londres, e que levou mais 24 horas para chegar a São Paulo. Tive sorte em conseguir embarcar, porque muita gente ainda não sabe como voltar".
"Agora a minha luta é aqui na minha cidade, São Sebastião do Paraíso, enfrentando o preconceito das pessoas que acham que eu estou com o coronavírus", desabafa.