Furto de água
Uma mulher permaneceu presa vários meses no Triângulo Mineiro por ter “furtado água”. Todo mundo achou um absurdo, o juiz decretou a prisão e Tribunal de Justiça de Minas a manteve. Coube ao superministro supremo Alex de Moraes soltá-la a pedidos da Defensoria Pública. Despacho simples, o suficiente para cobrar da assessoria de comunicação do STF o estardalhaço subsequente. Pêsames pela decisão. A mulher não estava presa porque furtou água. Foi presa porque fraudou o registro da Copasa para consumir sem pagar – calote que é rateado com os demais consumidores, como se sabe. Nós pagamos a conta da desonestidade dela. Depois da companhia de abastecimento alertada, lacrou o acesso ao registro e a notificou – e a “pobrezinha” foi lá e rompeu o lacre e continuou fraudando o consumo de água. Ordenada pelo juiz para que parasse, não parou. Agrediu aos fiscais da Copasa. Acionada a polícia, desacatou, desobedeceu e agrediu aos policiais – tinha mesmo que ser presa. E ficar vários meses detida, no mínimo. Semelhante desobediência civil só cabe em países anárquicos e o preço da liberdade é o respeito às leis e às instituições que a justiça dos estados luta bravamente para não só manter de pé como também para soerguer e valorizar. Isto sem o amparo do STF, o que é sempre lamentável. Qualquer pessoa que desrespeite a tal ponto as instituições e sua responsabilidade cidadã não pode permanecer em liberdade. Não é só o aspecto econômico que importa aqui, aliás, este é o menos importante. O que realmente importa é o respeito às instituições.
Reabertura do Caso Adélio
A equipe de juristas do Presidente conseguiu a reabertura parcial do caso Adélio – o da facada presidencial. Vão quebrar os sigilos do bom advogado Dr. Zanone, que conheço e muito admiro pela coragem de ter defendido àquele sociopata. Mas criminalista é assim: vai defender bandidos mesmo, vez ou outra, ou quase sempre. O que a polícia, amparada agora pelo Poder Judiciário, vai descobrir é aquilo que o advogado já revelou: foi pago com uns caraminguás pelo pastor evangélico da igreja de Adélio – Zanone buscou a glória e não o pão, o que também é bastante comum na advocacia. Aquilo que deveriam descobrir, e não vão, é que Adélio, que não tem mesmo mandantes, deve inúmeros influenciadores, inúmeros odiadores e haters por trás dele, buzinando nas suas orelhas de acéfalo que Bolsonaro era machista, homofóbico, ditador (o genocida veio depois), até que um energúmeno como ele acreditasse e partisse para a ação. Os esquerdopatas também se negam a referir que o homem da faca era filiado do Psol e que visitara dias antes do atentado o então deputado Jean Willys – sobre isso todos se calam. O mesmo Jean Willys que depois se exilou no primeiro mundo dizendo-se ameaçado de morte por aqui. Ameaçado estava era de cadeia mesmo, ele sabe porque, e nós todos, embora muitos se omitam e se calem. Jean sai, entra o “marida” de Gleen Gleenwald, o GG, dono do Interpt Brasil, o mesmo da Vaza jato que ajudou a inocentar Lula. E está completa a mandala – mas não vão descobrir isso. Porque já descobriram. E se calam. O lado oculto do mundo fica à esquerda.
Quarta onda austríaca da Covid: Precisamos ter medo?
Claro que não – por causa da nossa cultura vacinal. Por aqui os antiwax são poucos. Discordo da obrigatoriedade da vacina, mas defendo a conscientização sistêmica e em escala global da necessidade de ministrá-la. Só ela é a responsável pelos nossos bons números, e por aqui quase todo mundo ou se vacinou ou está se vacinando. O 4o Pico austríaco tem o lado bom: é a prova cabal que a vacina é que faz a diferença no morticínio da Covid. Países com maior resistência à vacinação estão com números altos de contagiados e mortos justamente por causa disso. Também sou a favor do tratamento precoce, que não nega a eficácia vacinal, como querem os teólogos da politização da pandemia. Parabéns ao governo federal e ao presidente: aquele que mentecaptos chamam de “genocida” foi o presidente que mais vacinou no mundo em números absolutos, e com isto salvou a vida de milhões. O genocida.
A chacina da novilíngua
Outra chacina da polícia do Rio: moradores retiram oito corpos de manguezal no Complexo do Salgueiro. Atenção pra novilíngua do politicamente correto: chacina é quando bandido pobre morre, em grupo, nas mãos da polícia. Quando é um só chamam de execução. Já policiais mortos em operação chama-se “incidente”. Bandido preso é chamado de “suspeito”, mesmo depois de condenado. Político preso é chamado de “corrupto”, mesmo sem condenação. Comunismo não existe, socialismo sim, porque é mais bonitinho (ambos são a mesma coisa ou quase isso – está em uma cartilha do PT!). Ex-terrorista é libertário (Mandela, Dilma), ex-presidiário é preso político se for de esquerda (Lula), se for de direita é porque é bandido mesmo (Eduardo Cunha e Cabral). Quem fala o que pensa sobre o Poder Judiciário realiza atos antidemocráticos (Daniel Silveira e Roberto Jefferson). Em Cuba e na Venezuela, os governantes são questionados porque prendem e matam, aqui Bolsonaro é chamado de genocida porque defende o tratamento precoce da COVID. É a novilíngua.
Frases
“Não se ama alguém por toda a vida; dessa esperança impossível nascem adultérios, matricídios, traições dos amigos... Ao contrário, porém, pode-se odiar alguém por toda a vida.” (Umberto Eco, pensador e escritor italiano).
RENATO ZUPO – Magistrado, Escritor.