CRONISTA E HISTORIADOR

Música Popular Brasileira

Por: Redação | Categoria: Cultura | 09-02-2022 22:40 | 2764
Palacio do Catete (1940) Presidente: Vargas, e os artistas direita para Esquerda: Cascata – Leonel, Almirante, Orlando Silva – Lamartine – Ary Barroso
Palacio do Catete (1940) Presidente: Vargas, e os artistas direita para Esquerda: Cascata – Leonel, Almirante, Orlando Silva – Lamartine – Ary Barroso Foto: Reprodução

Quem não conhece o perfil de Noel Rosa no autorretrato, seja na clássica caricatura em que Noel procura ver seu defeito no queixo com ironia, gozando-se a si mesmo?

O defeito de Noel foi marcado pelo fórceps que fraturou o maxilar inferior por um parto difícil.

O avô era médico e a avó tocava piano, a mãe bandolim.

Tanto Noel como o seu irmão Hélio estudaram Medicina, mas Noel não prosseguiu, era um artista e boêmio e não tinha cura, tipo de pessoa que se dava bem com todo mundo, sua facilidade de fazer versos – e rimas musicais, tornou-o conhecido.

Em 1932 Noel foi entrevistado para fazer um balanço de sua música e afirmou:

“que o samba, descera para a cidade e a civilização começava a subir o morro”.

São incontáveis as histórias de Noel. Um morador da rua da sua casa encontrou em sua janela garrafas de cerveja no lugar das de leite.

Um bilhete explicava: “Meu vizinho. Envenena-se com minha bebida, enquanto vou me envenenando com seu leite. Noel Rosa.”

Sabe-se que até os anos 50, o leite e o pão eram entregues nas residências de madrugada deixando na janela.

As letras das músicas de Noel como: O orvalho vem caindo – Três apitos – Com que roupa? -  são sempre atuais e vão alcançar qualquer público.

Também compositores que ficaram na história como: J. Cascata e Leonel Azevedo resultou em belíssimas canções: Mágoas de Caboclo e Lábios que beijei – no café Nice Leonel compôs: (Apanhei um resfriado) veja como é atual nos dias de hoje:

- Pelo costume de beber gelado – “Apanhei um resfriado” – Que foi um horror – Porém com medo de fazer despesa não fui ao doutor – pra me curar – E tudo quanto foram me ensinando -, eu fui tomando, e cada vez pior – tomei de tudo, escalda – pé, chá de limão – Até xarope de alcatrão – tive dieta só de caldo de galinha – o galinheiro do vizinho se evaporou.

Tive febre, tosse, dor no peito – até fiquei daquele jeito – sem poder falar – mandei chamar um especialista que pediu dinheiro a vista – pra poder me visitar.

Sá Guilhermina quis me dar um lenitivo – e eu fiquei jururu – e foi chamado um sacerdote – pra me encomendar um lote – de dez palmos no caju – verdadeira picardia a letra desta música, retrata o malandro do morro.

Sebastião Pimenta
Historiador

Caricatura de Noel
Noel ouve Marilia Batista cantar seus sambas – primeiro direita