Da mesma forma e velocidade que acontecem os avanços tecnológicos para facilitar a vida das pessoas, tem sido cada vez mais comum a ação de criminosos que utilizam estes recursos para aplicar golpes e que acabam gerando prejuízos a suas vítimas. Nas últimas semanas surgiram vários casos em que as pessoas tiveram seus perfis invadidos em redes sociais e tiveram além de prejuízos financeiros outros problemas, além do constrangimento diante de familiares e amigos, sem contar a dor de cabeça para reaver a conta.
Longe de casa e em viagem de intercâmbio, uma professora e servidora pública de São Sebastião do Paraíso, é uma destas pessoas vítimas de crime cibernético. Constrangida com o ocorrido e com receio por não saber a origem e a localização do golpista ela concordou em falar do assunto como forma de alertar outras pessoas, mas preferiu que seu nome fosse resguardado, temendo represálias. “Hackea-ram meu Instagram, usaram minha conta e venderam produtos diversos em meu nome causando prejuízos morais a mim e financeiros a vários meus amigos que foram enganados”, conta.
Assim como aconteceu com ela, tem sido cada vez maior a quantidade de pessoas que têm caído neste tipo de situação praticada por golpistas nas redes sociais. A professora resolveu abrir o jogo e alertar para que outras pessoas não passem pela mesma situação a qual ela passou. Surpreendida quando foi indagada por amigos sobre vendas de certos produtos na internet e também sobre pedidos de empréstimos para pagamentos por pix, ela pensou em deixar a rede social tamanha foi a dificuldade em resgatar o perfil.
O golpista após acessar a conta da professora se passava por ela e fazia anúncios de vendas de diversos produtos, como aparelho de telefone nas redes sociais. Vários amigos dela foram abordados e chamados em conversa, onde era feito até pedido de dinheiro emprestado, com a desculpa de que ela estaria passando por dificuldades em converter recursos.
Um amigo da professora foi contatado pelo golpista estranhou o tipo de abordagem e a fala sobre a venda de produtos e desconfiou. “Falei com ela por outro meio e descobri que era uma tentativa de golpe, pois, sei que ela está em viagem e teve o Instagram hacke-ado”, conta um jornalista que também preferiu ter seu nome reservado. Ao mesmo tempo ele alerta para que as pessoas fiquem atentas para a oferta de produtos e “pedidos de dinheiro, situações que podem parecer comum, mas não é”, observa.
A estimativa é de que com o perfil falso da professora o golpista tenha levantado recursos de pelo menos R$ 5 mil. Não se sabe ao certo o quanto de prejuízo foi causado às pessoas que adquiriram produtos ou que fizeram pix achando que a estavam ajudando. Ela teve dificuldades para conseguir reaver a conta na rede social e restabelecer os contatos com os familiares e amigos os quais têm esclarecido sobre a situação a que teve de passar. “É uma situação muito ruim e constrangedora”, admite.
No Procon de São Sebastião do Paraíso o coordenador Fábio Martins disse que o órgão na tem como agir neste tipo de situação, “não se trata de relação de consumo”, justifica. Ele destaca que no meio familiar também foi registrada uma situação semelhante a da professora, onde o perfil do Instagram foi hackeado.
“O que fiz e sempre fazemos aqui é orientar sobre quais os passos devem ser dados, principalmente, procurando a polícia e registrando um boletim de ocorrência, para que a situação seja investigada e apurada. “Sabemos que é difícil chegar até estes estelionatários, mas não podemos desistir. Ainda haverá uma maneira de chegar a esta gente que vai responder por seus atos e crimes cometidos”, aponta.
Como forma de dificultar a ação professora indica uma maneira que pode dificultar o acesso do criminoso na conta das redes sociais. “É necessário que os usuários do Instagram realizem a autenticação de dois fatores em suas contas”, descreve. Em seguida completa dizendo que “é uma forma de preservar a segurança do perfil na rede social. Quando minha conta foi invadida, eu não havia realizado esse processo”, comenta.
Ainda segundo o coordenador do Procon é preciso estar atento a links e páginas suspeitas, produzir senhas com maior grau de dificuldade e não ir clicando em arquivos maliciosos. “Temos de desconfiar sempre. São criminosos que conseguem ludibriar até mesmo pessoas esclarecidas, todo o cuidado é pouco”, salienta.
Os crimes cibernéticos são cíclicos e esta é apenas mais uma justificativa da polícia que enfrenta dificuldades para chegar aos estelionatários. As falsificações de documentos, contas e endereços entre tantos outros subterfúgios fazem com que as apurações não avancem.
As fracas penalidades da legislação também são tidas como desestímulo já que o infrator muitas vezes acaba sendo a parte mais beneficiada. Com isso a sensação de impunidade favorece que criminosos se sintam cada vez mais à vontade para agir e infernizar a vida das vítimas.
Verificação por dois fatores inibe ação criminal
O Instagram prometeu e liberou a verificação de login em duas etapas sem usar SMS. A medida torna a autenticação em dois fatores ainda mais segura, dado que o uso de mensagem de texto para essa finalidade tem as suas ressalvas. Entretanto, a pessoa pode escolher entre receber os códigos de login por torpedos ou por meio de aplicativos de terceiros como Google Authenticator.
Ao optar por usar a verificação em duas etapas no Instagram por SMS, a pessoa receberá uma mensagem de texto com um código de segurança de seis dígitos sempre que alguém (ou você) tentar entrar em sua conta do Instagram usando um dispositivo novo.
É preciso ter um número de telefone confirmado na conta do Instagram para usar a autenticação de dois fatores por SMS. Quando é inserido um número de telefone para ativar o recurso, ele passa a ser o seu número confirmado.
A autenticação de dois fatores é um recurso de segurança. Mesmo não parecendo fazer sentido o roubo de contas do Instagram e não importando a quantidade de seguidores e popularidade das postagens, tem se tornado cada vez mais comum ouvir que alguém cada vez mais próximo, seja um familiar, amigo ou conhecido teve o seu perfil do Instagram invadido ou roubado e não conseguiu reverter