PISO NACIONAL

Educadores fazem assembleia e deflagram greve em Minas Gerais

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Economia | 09-03-2022 17:22 | 3716
Manifestação foi realizada na porta da Assembleia Legislativa de Minas
Manifestação foi realizada na porta da Assembleia Legislativa de Minas Foto: Arquivo

 

Servidores da rede estadual de Educação de Minas Gerais anunciaram que entrarão em greve, por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira,9. A decisão foi tomada durante a assembleia nesta terça-feira,8, em frente ao prédio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Servidores recusaram a proposta apresentada pelo governo estadual, de reajuste de 10,06% para a categoria, com pagamento retroativo a janeiro.

Reivindicam o cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). Conforme explicação da coordenação geral do Sind-UTE/MG a situação enfrentada com a falta de políticas salariais chegou ao limite. “O governo Zema descumpre um direito legal, sabe da nossa reivindicação desde o primeiro dia da gestão, em 2019, e não apresentou nenhuma política de valorização salarial para a Educação. O Piso é Lei e não vamos abrir mão!”, informam.

No início de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou uma portaria que aumenta o piso salarial para os professores em 33,24%. Com isso, o valor em 2022 chega a R$ 3.845,63 para uma jornada de 40 horas de trabalho.

De acordo com o que foi divulgado pelo sindicato da categoria uma pessoa que atua como Auxiliar de Serviços da Educação Básica (ASB’s), por exemplo, recebe menos de um salário-mínimo. “Enfrentamos um empobrecimento estrutural e o governo precisa cumprir a lei. Dignidade remunerativa é um direito. Já notificamos o governo sobre a paralisação e a possibilidade de aprovarmos na Assembleia a greve na Rede Estadual, a partir do próximo dia 9 de março”, informa o comunicado

A Assembleia Estadual do Sind-UTE/MG foi programada para acontecer no Dia Internacional de Luta das Mulheres. “É uma data muito emblemática para todas nós, porque a categoria da Educação é composta majoritariamente por mulheres. Faremos desse dia histórico um momento de mobilização e luta coletiva para que tenhamos nossos direitos constitucionais cumpridos. As educadoras não abrirão mão do Piso Salarial”, destaca a coordenação geral do Sind-UTE/MG.

Também foi reforçado que a categoria se mobiliza contra o Regime de Recuperação Fiscal do governo Zema, que foi encaminhado à Assembleia Legislativa por meio do Projeto de Lei 1.209/2019. “O Regime congela salários e carreiras, proíbe realização de concursos e reajustes salariais por até nove anos, amplia as privatizações de empresas públicas. Precariza os serviços públicos. Por isso, nossa luta é contra o Regime de Recuperação Fiscal. Não existe Piso Salarial com o PL 1.209/2019".