Há uma estranha calmaria na F1 em plena 8ª etapa do campeonato. Talvez pelo comportamento gentil de Charles Leclerc que ainda não encontrou nenhum motivo para bater de frente com Max Verstappen. Talvez porque o próprio Verstappen também não teve nenhuma razão para se irritar com Leclerc.
Embora os dois briguem pelo título, talvez falte a Leclerc um pouco de veneno para incendiar a disputa. Há um respeito muito grande e lealdade até aqui entre os dois, o que não era o caso no ano passado quando Hamilton e Verstappen eram os protagonistas da disputa.
Verstappen lidera o campeonato com 125 pontos contra 116 de Leclerc, mas a bola da vez é Sergio Pérez que há duas semanas venceu o GP de Mônaco e chaga de contrato renovado com a Red Bull até o final de 2023 ao local onde no ano passado venceu sua primeira corrida com a atual equipe.
Pérez é o 3º colocado e está apenas 6 pontos atrás de Leclerc, e há 15 do líder do campeonato e companheiro de equipe, Verstappen. O mexicano só não pontuou na abertura do campeonato, no Bahrein, e sua temporada só não é mais regular que a de George Russell, 4º colocado com a Mercedes que terminou todas as corridas até aqui entre os 5 primeiros colocados.
Mas para quem gosta de ver fogo no parquinho, o circuito urbano de Baku é uma boa pedida na F1. Embora o Azerbaijão seja novo no calendário, a maioria de suas corridas foi caótica e com algumas tretas, como a de Vettel e Hamilton em 2017, quando o alemão perdeu a cabeça e jogou a Ferrari de propósito em cima da Mercedes do britânico.
Os 6.003 metros do traçado composto por ruas estreitas e travadas, e uma longa reta - a maior do campeonato com 2 km de extensão onde os carros superam fácil os 330 km/h -, costumam ser traiçoeiras. Tanto que até hoje nenhum piloto repetiu pole, vitória e nem volta mais rápida.
Embora o asfalto não seja tão abrasivo, a pista é uma armadilha para os pneus, o que a torna ainda mais perigosa. Quem não se lembra do ‘bico’ que Max Verstappen deu no pneu traseiro esquerdo da Red Bull que explodiu em plena reta no ano passado a mais de 300 km/h sem mandar aviso, quando o holandês liderava a corrida?
O desfecho daquele acidente acabaria mais tarde sendo um tiro no próprio pé do então diretor de prova, Michael Masi, agiu certo em paralisar a corrida com bandeira vermelha e reiniciado com os carros parados no grid depois da retirada do Red Bull de Verstappen, e não fez o mesmo na decisão do campeonato em Abu Dhabi, quando um acidente de Nicholas Latifi, causou toda a controvérsia com as (in)decisões do mesmo Masi.
As duas atitudes opostas do diretor de prova em casos semelhantes é um dos pontos de interrogação que ainda hoje se discute na F1.
A corrida de amanhã, que começa mais cedo, com largada às 8h, será a sexta nas ruas de Baku, que estreou no calendário em 2016 como GP da Europa e a partir do ano seguinte passou a ser denominada GP do Azerbaijão.