A ACISSP (Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de São Sebastião do Paraíso) tem acompanhado com atenção a evolução da colheita de café na região por meio de sua Diretoria de Agronegócios. Segundo o levantamento feito o ritmo está um pouco mais lento em relação aos anos anteriores, até por conta do atraso da maturação dos grãos em todo Sudoeste de Minas Gerais.
Como base de dados, foram usados os produtores atendidos pelo programa ATeG Café+ Forte, parceiros do SENAR Minas nos municípios de São Tomás de Aquino, Capetinga, Cassia, Itamogi e São Sebastião do Paraiso que já estão com 40% dos volumes de cafés de arvores colhidos e de 4% a 5 % dos volumes de cafés de varrição recolhidos. Esses números do grupo representam a média geral do andamento das colheitas no município.
Um problema identificado é a decepção dos produtores com relação aos cafés já colhidos. O volume de grãos chochos e mal granados, com isso o rendimento está aquém do esperado. Junta se a isso o baixo pegamento de florada provocados pela seca de 2020/2021 e os efeitos diretos e indiretos das geadas de 2021
Esses fatos relatados têm deixado os cafeicultores da região preocupados, pois muitos deles possuem compromissos firmados, que vencem neste ano 2022. Além disso muitas áreas ainda não colhidas estão com desenvolvimento floral adiantado o que pode provocar percas para próxima safra 2023, um fato novo que merece atenção.
"Esses dados são preocupantes uma vez que a economia microrregional é movida pelo café e com o volume de grãos colhidos pudemos notar que a qualidade ficou prejudicada por diversos fenômenos, desde a geada do ano passado, a seca e o atraso das chuvas dos últimos anos. A tendência observada até agora deve ser mantida até o final da colheita, mas ainda não temos como dimensionar como será a quebra de produção para 2022", analisou o diretor de Agronegó-cios da ACISSP, Gilson de Souza.
De maneira geral a quebra na safra de café arábica deste ano é um fato, que ainda não foi ponderado devido o curso da colheita 2022, mas já foi previsto inicialmente pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). Existem inclusive especialistas apontando que pode chegar a faltar o grão no mercado internacional
"Havendo a confirmação da quebra de produção e falta do café arábica nos armazéns, a tendência é que os preços oscilem. Vamos ficar atentos aos consumidores que podem diminuir o consumo devido as conjunturas econômicas em escala mundial. Vai ser necessária a regulação do próprio mercado para ajustar a demanda e o valor pago ao produtor rural", concluiu o diretor de Agronegócios da ACISSP.
DADOS DA COLHEITA NO BRASIL*
A colheita de café do Brasil atingiu, até o dia 12 de julho, 59% da produção esperada para a temporada 2022/23, contra 48% na semana anterior, ganhando ritmo diante de um clima mais seco, apesar de algum atraso ainda em relação a anos anteriores, disse nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado.
No mesmo período do ano passado, os trabalhos estavam em 62% e a média histórica para esta época é de 65%, de acordo com os dados. O clima mais seco e o percentual de maturação elevado das lavouras justificam a aceleração nos trabalhos. O equacionamento de mão de obra também favoreceu a melhor performance.
A colheita do café arábica alcançou 50% da safra, acima dos 49% de um ano antes, mas abaixo dos 56% vistos na média dos últimos cinco anos para o período.
Os trabalhos com a variedade conilon chegaram a 75% do potencial da safra, abaixo dos 82% em igual época do ano passado e dos 87% de média histórica.
*Com informações do CCC-MG
(ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO ACISSP/CDL)