O Hospital de Queimados de São Sebastião do Paraíso será oficialmente inaugurado pela Santa Casa de Misericórdia no dia 13 de fevereiro. Contudo, a ala destinada para o serviço já começou a receber seus primeiros pacientes no mês de janeiro. Das seis pessoas atendidas até agora, uma é moradora da cidade.
De acordo com o superintendente da Santa Casa, Jean Marco do Patrocínio, a unidade de queimados atenderá, no primeiro momento, pacientes de média gravidade, com queimaduras de até 30% do corpo, o que, segundo ele, representa a grande maioria dos pacientes que precisam desse tipo de atendimento. Além disso, casos que envolvam crianças ou idosos serão encaminhados para o Hospital João XXIII, que fica em Belo Horizonte, e é a maior referência da especialidade no Estado.
A ala de queimados da Santa Casa vai atender também as microrregiões de Passos, Cássia e Piumhi. Ao todo, são 24 leitos preparados para receber pacientes com queimaduras. Antes da abertura do hospital em Paraíso, as pessoas que necessitavam desse atendimento eram encaminhadas para a capital do Estado, ou então para o hospital de queimados de Montes Claros, no Norte do Estado.
De acordo com o superintendente, o hospital paraisense vai contribuir para a redução da fila de pessoas que necessitam de atendimento médico devido a queimaduras. Inclusive, os primeiros pacientes que foram recebidos na Santa Casa aguardavam por uma vaga no Hospital João XXIII. Conforme explica, a média de tempo de internação de um paciente varia entre 10 e 20 dias, dependendo da gravidade das lesões.
E por falar no hospital belo-horizontino, Jean Marco do Patrocínio conta que uma equipe da Santa Casa viajará para a capital nos próximos dias para passar por um curso de especialização para o atendimento de pacientes queimados. “Vamos passar um período no João XXIII para receber alguns treinamentos referentes a fluxos e processos. Praticamente vamos copiar os protocolos do hospital, que é o grande case de sucesso, para serem aplicados aqui na Santa Casa de Paraíso”.
O superintendente da Santa Casa ainda lembra que não serão apenas os funcionários da ala de queimados que deverão se preparar para cuidar dos pacientes. Conforme explica, profissionais que atuam nas Unidades de Saúde da Família (USF’s) e ambulatórios municipais precisarão ter o conhecimento necessário para lidar com essas pessoas depois que elas deixarem o hospital. “O tratamento não termina na alta, ele vai terminar depois, fazendo o acompanhamento. Então, precisamos organizar a rede, porque o tratamento não depende só da gente. Imagine que são muitos municípios envolvidos e que todos precisarão estar treinados dentro do mesmo protocolo que nós”.
Além do pós-atendimento hospitalar, Patrocínio aponta outros dois desafios que a Santa Casa de Paraíso deve enfrentar na gestão do Hospital de Queimados. O primeiro está relacionado à organização do fluxo da rede de atendimento, e o segundo tem a ver com a parte financeira do projeto. “Organizar o fluxo de rede é um desafio porque receber os pacientes que estão habilitados para nós demanda uma gestão muito grande. E, obviamente, temos o financeiro. Tivemos muitas negociações porque é um tratamento muito caro. Os curativos que usamos, por exemplo, são os melhores do mercado. Por isso precisamos de uma engenharia financeira para poder custear o tratamento dos pacientes sem dar prejuízo ao hospital”, relata o superintendente.
A inauguração do Hospital de Queimados de São Sebastião do Paraíso está marcada para acontecer no dia 13 de fevereiro, segunda-feira. Entre os presentes na solenidade a ser realizada pela Santa Casa deverá estar o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, o médico Fábio Baccheretti.
PLEITO SE CONCRETIZOU
A necessidade de um Hospital de Queimados em São Sebastião do Paraíso vinha sendo discutida desde o início de 2002, especialmente em reuniões que aconteceram na Comissão Intergestores Bipartite do Estado de Minas Gerais (CIB-SUS/MG) e na Comissão Intergestores Regional (CIR), onde destacou-se o lapso que existia para o atendimento regional dos pacientes com queimaduras.
Em maio do ano passado, durante visita de Baccheretti à Santa Casa de Paraíso, os prefeitos da microrregião de Saúde de Paraíso, composta pelos municípios de São Tomás de Aquino, Monte Santo de Minas, Itamogi, Jacuí e Pratápolis, oficializaram e entregaram em mãos uma carta de intenção para a criação do Hospital de Queimados, assinada por todos os líderes do Executivo de seus respectivos municípios, tema que foi concluído nesta quarta-feira.
No dia 9 de novembro Marcelo Morais esteve na Cidade Administrativa em Belo Horizonte em reunião em que foram concluídas tratativas para a implantação do Hospital de Queimados em Paraíso.
Na reunião de Marcelo com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, participaram a superintendente regional de Saúde de Passos, Kátia Rita Gonçalves, o superintendente hospitalar da Santa Casa de São Sebastião do Paraíso, Jean Marco do Patrocínio e o deputado estadual Antônio Carlos Arantes.