Bebê de seis meses morre por suspeita de dengue hemorrágica
Criança foi atendida na UPA em quatro oportunidades, mas apresentou piora e faleceu na Santa Casa na manhã da última quarta-feira
Por: Ralph Diniz | Categoria: Saúde | 16-02-2023 16:26 | 2278
Uma criança de apenas seis meses morreu na manhã de quarta-feira, 15, em São Sebastião do Paraíso. A suspeita é que o bebê tenha sido vítima de dengue hemorrágica. Uma amostra de sangue do menino foi enviada para análise laboratorial em Belo Horizonte.
Segundo informações, o bebê apresentou inicialmente sintomas de inflamação na garganta e infecção. Ele chegou a ser atendido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em quatro oportunidades e na última delas, apresentou um agravamento em seu quadro clínico e acabou falecendo na Santa Casa.
Além do menino, outro membro da família também foi diagnosticado com dengue, mas passa bem. Informações obtidas pelo do Jornal do Sudoeste, mas que não foram confirmadas pelas autoridades, dão conta que o bebê vivia com a família na Vila Operária. Um popular que reside naquela região, disse à reportagem que muitos proprietários de imóveis daquela localidade acumulam entulho e objetos que facilitam a multiplicação do mosquito transmissor de doenças como a dengue, zika vírus e chikungunya. “Por mais que a vigilância faça a parte dela e venha até as nossas casas, muita gente não ajuda e acaba acontecendo isso. Uma pena essa criança ter morrido assim. A gente espera que isso sirva de lição. Foi o filho de outra pessoa, mas poderia ter sido o delas”, comenta o morador.
O hospital paraisense confirmou que o óbito da criança foi causado por dengue hemorrágica. Ainda assim, uma amostra do sangue dela foi encaminhado à Fundação Ezequiel Dias (Funed), situada na capital do Estado, para comprovação laboratorial. Um laudo oficial deve ser emitido nos próximos dias. O corpo do bebê foi velado e sepultado na cidade de Cajuru (SP).
Na tarde de quarta-feira, 15, o prefeito de São Sebastião do Paraíso, Marcelo Morais, usou as redes sociais da prefeitura para se pronunciar sobre o caso. Ele se mostrou abalado com a morte da criança e prestou condolências aos pais do menino. “Eu estou muito triste e quero deixar aqui os meus sentimentos à família. Eu gostaria de deixar registrado o momento de tristeza por parte da prefeitura. Eu não gostaria de estar na pele do pai dessa criança. Perder um bebezinho por causa de dengue hemorrágica não dá, principalmente porque essa criança não gerou lixo, não gerou água parada. Ela não fez nada que pudesse ter criado o esse mosquito. E é isso que dói”.
Em seguida, Morais fez um apelo para que a população ajude a prefeitura no combate ao mosquito aedes aegypti para que o município não passe por um novo surto de dengue, semelhante ao que ocorre na cidade de Passos. “Eu gostaria de pedir que vocês nos ajudem. Se as pessoas não nos ajudarem, sozinhos nós não vamos conseguir. Quando fazemos os mutirões de limpeza nos bairros, percebemos um acúmulo de lixo fora do normal, que são potenciais criadouros do mosquito da dengue. Todo mundo sabe o que precisa ser feito”.
De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde, de 1º de janeiro a 11 de fevereiro deste ano, 322 pessoas foram notificadas por suspeita de dengue no município, sendo 104 delas tiveram seus casos confirmados. Conforme explica a responsável pelo setor, Fernanda Spósito, o cálculo desses números é realizado por semana epidemiológica, sendo que esta vai até o próximo domingo, dia 19. “Temos dados novos sempre na segunda-feira ou, no mais tardar, na terça de manhã. À medida que vamos recebendo as notificações, vamos fazendo as ações. A gente se importa em fazer as ações e monitorar no dia a dia”.