O GSI e a velha história de sempre
Podem descobrir o que quiserem, falarem e acusarem quem considerarem o idiota da vez, para mim o culpado por omissão dos eventos de 08 de janeiro é Jair Messias Bolsonaro. Não se assustem. Gosto dele, foi um presidente bem intencionado e devemos inúmeros avanços econômicos e políticos a ele. No entanto, e eu também já disse isso aqui, a bola da vez estava com Bolsonaro quando, perdida a eleição, ocupados espaços públicos por manifestantes, ele teria o condão de mandá-los todos para casa. O discurso seria simples: vão pra casa, não se transformem em vilões como querem os esquerdopatas, as forças armadas não vão interferir, eu não vou interferir, vocês estão fazendo o jogo de Lula e do PT. Era só e teria bastado. Bolsonaro se omitiu, deu no que deu. Agora se descobriu imagem que Lula tentou tornar indisponível, do comandante do Gabinete de Segurança Institucional, General Gonçalves Dias, facilitando a vida dos manifestantes, então já invasores, ele e outros daquele staff que já era o do Lula. Fomentando mais uma vez o fenômeno da vitimização que alguns grupos políticos adoram.
Mais uma do Lula
O nosso atual presidente, como todas as pessoas que falam muito de improviso, as vezes fala besteira. Com Lula são reiterados estes fenômenos, faz parte mesmo do folclore em torno dele. Já foi ele quem disse certa vez que sua mãe nasceu analfabeta, que resolveria o problema da guerra na Ucrânia dando cerveja pra Putin em uma mesa de bar, dentre outras quixotadas bem dele. Quem vota nele gosta disso e, por esta suposta maioria, estamos tendo o Brasil que merecemos ter após o voto. Ele agora afirmou que pessoas com problemas mentais tem “parafuso a menos”, associando-as à violência, principalmente nas escolas. Bem, esperar do Lula algum conhecimento sobre saúde mental seria mesmo um absurdo. Nenhuma novidade aqui. O que ele e todas as pessoas públicas devem saber é que – atenção – só se deve falar daquilo que se sabe, ainda que se fale genericamente.
O AGROPT
O novo governo federal está decidido a descontar no agronegócio os votos perdidos nas últimas eleições. O nosso principal banco de fomento de negócios, o BNDES, que sempre teve por foco o business, está adquirindo um viés político na gestão Lula. Primeiro, direciona recursos que eram do Agro para a indústria, que é quintal eleitoral petista. Também estão valorizando a biodiversidade, a gestão inteligente e a queima de carbono como critérios para investimentos – assuntos estranhos à lucratividade que o homem do campo quer ver como centro das atenções dos investimentos governamentais. Criaram para orientar o BNDES o que chamam de “temas transversais”, que não se referem diretamente ao investimento, mas o afetam indiretamente. E o governo federal quer focar fomento financeiro em temáticas que envolvam a cultura e a sustentabilidade também no agronegócio. O banco estatal opera, por exemplo, com créditos para produtores rurais que defendam com ações positivas a biodiversidade amazônica, empregam pessoas glbtq+ ou com diversidade de gênero. Entendeu? Ganhar dinheiro no agro só se der tempo. Os piores pesadelos do produtor rural estão se tornando realidade.
Dois novos ministros para o STF
Na gestão Lula 3, nosso dignatário máximo poderá indicar mais dois ministros para o STF. Por conta das recentes composições da nossa corte constitucional, com ênfase na atual, a comunidade jurídica e o parlamento vêm discutindo mudanças significativas na indicação dos ministros, nas exigências para a investidura no cargo e até mesmo na vitaliciedade dos componentes do supremo – se quer dar mandato com prazo determinado pra eles. Isso repercutiria em toda a magistratura, em todo o Poder Judiciário, e negativamente (mais uma vez). A composição das altas cortes de justiça dos países historicamente e sempre refletem a coloração política e ideológica dos mandatários responsáveis pelas nomeações. Ou seja, o STF, como a Suprema Corte Americana (da qual tenta ser espelho), é geralmente composta por membros afinados com os governos que nomearam seus componentes. Portanto, se a atual composição do STF é questionável, não o é isoladamente, mas pela qualidade (?) dos mandatários que articularam a nomeação de seus membros.
A árvore com medo do fruto
Entendam de uma vez: se você é presidente da República e pode nomear um ministro para uma corte constitucional, e que depois irá vigiá-lo ao longo de seu mandato, é claro que vai indicar alguém afinado com você ideologicamente. Lula fez isso, Dilma e mesmo Bolsonaro. Trump também nos EUA e lá antes dele Obama. Na Itália e no Japão, idem. Sempre foi assim. Portanto, se a corte constitucional não está boa, é porque os governos por detrás dela não estão. Não adianta modificar a lei ou a constituição federal para alterar mecanismos de jurisdição ou a composição dos tribunais. É preciso modificar a mentalidade do eleitor e de quem lhes forma opinião, porque é na presidência da república que reside (sempre) o problema do STF.
O Dito pelo não dito:
“É ´de esquerda´ ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto direitistas defendem o direito do feto à vida, porque é sagrada, e o direito do Estado de matá-lo se ele der errado.” (Luís Fernando Veríssimo, escritor brasileiro).