Em janeiro deste ano o aposentado Paulo Augusto Udenir de Oliveira não se sentindo bem, passou por consulta médica e segundo disse, o diagnóstico apontou “problema cardíaco seríssimo” com indicação para procedimento cirúrgico chamado “ablação”. No entanto antes ele deve se submeter a “estudo de eletrofisiologia”, que foi solicitado, mas nove meses depois, ainda não realizado.
Paulo elogia os atendimentos recebidos na UPA e no Postinho de Saúde. “São espetaculares”, afirma. Mas queixa-se da demora quanto aos exames. “Estou esperando há dez meses, e segundo informam há longa fila de espera. Tenho arritmia, nos últimos dias fui internado por duas vezes, uma em Paraíso, outra em Jaborandi onde fui visitar minha filha. Médicos já me informaram que não posso continuar tomando medicamentos para reverter a arritmia, porque poderão provocar parada cardíaca de uma hora para outra”.
“Não é possível, ter que esperar esse tempo todo para se fazer o exame”, disse, ao explicar que a demora na marcação também existe para fisioterapia. “Não estou aguentando segurar sequer um garfo. Fiz ultrassom da mão, e punhos, e a médica ortopedista indicou sessões de fisioterapia, com prioridade. Marcaram, para o dia 9 de janeiro, e não há prioridade”, reclama, ao dizer que tem até usado luvas para amenizar o problema. “Nesta semana protocolei reclamação junto à Ouvidoria na Prefeitura”, afirma.
O prefeito Marcelo Morais que também responde pela Secretaria Municipal de Saúde, disse que exames para estudo de eletrofisiologia andam mesmo complicados, por se tratar de demanda do Estado. O município coloca o paciente numa lista de espera. “Em Paraíso são cinco pacientes esperando por esse procedimento, e estamos tentando comprar esse serviço de maneira particular, via Consórcio Intermunicipal de Saúde para haver mais agilidade, de vez que o Estado não tem respondido nossa demanda e de outros municípios da região. É um vazio assistencial em todo o Estado”, salienta.
“A listagem é estadual e os municípios encaminham. Nossa referência técnica era Passos, mudou para Pouso Alegre, e nossa esperança é que comecem puxar esses casos. É um problema que estamos vivenciando por falta de prestadores de serviço”.
Sobre a demanda por fisioterapia, Marcelo explica que o pedido deu entrada recentemente e foi agendado para janeiro, para garantir a data. É feito desta maneira, mas na realidade o paciente costuma ser atendido antes. Como o caso do senhor Paulo é tido como prioridade, ele poderá ser encaixado nos grupos a serem atendidos por fisioterapeuta que está voltando de férias. A ideia é que o tratamento seja iniciado ainda neste mês de novembro, informa o prefeito.
Marcelo explica a grande demanda por fisioterapia após o período da pandemia de covid. E que foram criados grupos de trabalho, com aumento de servidores em espaço específico. Salienta que filas de esperam estão diminuindo.