Em um tempo bem distante, num lugar longínquo, havia uma rua descalçada. Quando chovia o barro tomava conta de tudo ali. A rua tonava-se intransitável. Naquela rua havia algumas casas.
Ao final da rua iniciava-se uma trilha bem contornada por árvores e matas. Do lado direito havia uma fascinante cachoeira que descia dos morros.
À noite o som do barulho das águas juntamente com o coaxar dos sapos, era uma canção de ninar. Belezas que ficaram bem distantes! Quanta beleza, quanta poesia para serem contempladas com os olhos da alma!
A trilha era bem perigosa, pois as sombras das árvores a escurecia, mesmo durante o dia.
Quando iniciava-se a aurora, pássaros multicores gorjeavam lindamente no arvoredo. Era um lugar bonito que ficou no passado.
Subindo a misteriosa trilha pelo morro, bem do outro lado havia também algumas casas escondidas entre arvoredos. Lá havia poucos habitantes.
Nas noites enluaradas, o brilho do luar misturava-se entre as árvores. Ao amanhecer o sol emitia seus primeiros raios lá detrás do morro, trazendo muito brilho para as folhas das bananeiras, palmeiras, coqueiros e outras. Tudo aquilo era um espetáculo único. Ali estava as mãos de Deus!
Felizes os que tiveram o privilégio de terem presenciado aquilo tudo, e vivido naquele tempo!
Hoje este lugar não existe mais!
O tempo passou!... o tempo não volta!
MARENE LIZARELI PAES
Formada pela faculdade de Filosofia de Passos, em Português e Inglês e suas Literaturas