"Peguei a viola". Botei na sacola e fui trabalhar por aí. O povo gosta de ouvir e de cantar acompanhado por viola, então! Sei, tem gente que não gosta da "classe" violeiro, mas no braço da viola, defendo os meus amigos companheiros e vem à minha memória fatos e ocasiões de agradáveis surpresas, recordações que trazem só alegrias.
Amanheceu, eu acordei com os cantores compositores Renato Teixeira e Almir Sater brincando com viola. No meu sonho de sei lá quando, sustento a pretensão de tocar viola ou violão, não tenho o instrumento para dedilhar e tocar os acordes no violão. Penso ainda agora ser possível com a ajuda do Maestro Juninho, quem sabe.
O sonho é uma estrada longa que quando começa não tem volta, assim como a saudade. Por sonho e saudade, vem à minha saudável lembrança o Jornalista Dídimo Paiva. Ele, tinha a viola e passava os dedos pelas cordas para baixo e para cima, fazendo cada uma soar de cada vez. Ela, a viola, permanecia no seu "Escritório" aquele, junto aos livros apinhados no chão sim no chão, na sua residência, velha casa e não casa velha, à Rua São Domingos do Prata, nº 387 donde editava seus fantásticos editoriais, assistido da não menos fantástica escritora e advogada Claudia Cupertino sua esposa.
Ainda ali recebia seus amigos, políticos, governadores, deputados, ministros, líderes sindicais, jornalistas e intelectuais. Após desvio de rota, voltando ao som da viola, Dídimo cantava com seu filho Dário exímio tocador de viola, aí meus caros, rolava o som com as letras do músico e compositor Aroldo Alves Sobrinho, mais conhecido como Peninha, de músicas compostas por ele, gravadas por Tim Maia, Caetano Veloso, Fábio Júnior, Daniel, Roberta Miranda Paulinho Moska.
E a apresentação continuava com a canção "O Cio da Terra", de Pena Branca e Xavantinho, que o Dário estraçalhava e Dídimo adorava. A emoção batia forte e lágrimas desciam dos olhos do jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, trabalhou por mais de 40 anos no grande jornal dos mineiros O Estado de Minas e se tornou uma referência do jornalismo mineiro, mas de "viola", ficou mesmo com o Dário.
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG
fmjor31@gmail.com