Nesta edição vamos reverenciar a memória do compositor e intérprete Antônio Gonçalves de Pádua, o Correto, que viveu até aos 98 anos. Fez parte das duplas Correto e Corrêa e Correto e Corrente. Autor de composições memoráveis como “Homem de Pedra”, que foi gravada pelo Trio Parada Dura e outros artistas. Sempre destacou que compunha com inspirações das próprias vivências e sentimentos.
Começou a compor aos 31 anos, em 195. Definia seu estilo peculiar como “sambão de roça”, além do sertanejo. Morou em outras cidades. Já em Paraíso, participava de programas de rádio da época, na ZYA-4 Rádio Difusora Paraisense. Sua primeira parceria foi com Onofre Corrêa, por seis anos. Suas composições iniciais foram “Passado Risonho”, Ondas de Amor” e “Homem de Pedra”, que foi gravada pelo Trio Parada Dura tendo Cleone, integrante do trio como parceiro da composição.
A canção ficou conhecida no Brasil inteiro e vários intérpretes a regravaram e ainda hoje há pedidos para gravá-la. “Homem de Pedra” conta uma história profunda sobre as relações humanas, em especial as amorosas. Cada um tem um estilo, dizia ele, “o meu é falar sobre essas relações e sobre a boemia. Quase todos já tiveram ou têm uma questão amorosa”. Versátil, também compôs o Hino da Associação Atlética Parai-sense, em parceria com o escritor paraisense Ary de Lima.
Homem de Pedra”, foi a canção que ficou mais conhecida mas há outras que valem a pena relembrar: “Palco do Mundo”, “A estátua”, “Meu bolerão”, “Seu passado” e ´´Meu Carro de Boi”. Esta última muito admirada como parte do ´´Sertanejo Raiz´´.
Depois do fim da dupla com Corrêa, veio a parceria com Maurinho Ozelin, de pouca duração. Também foi apresentador na Rádio Difusora Paraisense, onde conheceu José Salvador Eustáquio, o Gorvalho, ícone das Congadas. Daí veio a dupla Correto e Corrente, numa parceria que durou mais de quarenta anos. Também realizava programas de rádio em outras cidades como Belo Horizonte (Rádio Inconfidência), e outras do interior paulista. Se apresentou em comícios, além de muitos circos.
Na Academia Paraisense de Cultura tivemos a honra de homenageá-lo na gestão 2018-20 em noite memorável com a presença de outros músicos como Ronaldo e Marcela Duarte, Marlon e Moisés e Vasconcelos.
Correto recebeu também muitas outras merecidas homenagens na cidade. Lembrava saudoso, dos programas que apresentou na época áurea do rádio:- O sertanejo é um gênero que arrasta muita gente, dizia..
Particularmente o meu convívio com ele, apesar de esporádico, me fez admirá-lo por sua perspicácia, conhecimento e principalmente muita humildade, sempre com traços de humor inteligente.
Parabéns meu amigo, por tudo que fez pela arte de nossa cidade. Com toda certeza já está cantando e encantando a todos no plano superior. Num mundo repleto de homens de pedra, alguns se destacam por terem um coração de ouro. Receba o nosso abraço carinhoso!
Por ANDRÉ CRUVINEL, Músico, Compositor, Presidente da Academia Paraisense de Cultura