O mercado de flores poderá em breve se tornar mais uma opção de atividades para o pequeno e médio produtor rural de São Sebastião do Paraíso. O assunto foi tema da palestra “Flores e plantas ornamentais”, realizada na 2ª Destec-HF (Feira de Desenvolvimento Tecnológico em Horti Fruti e Flores). O consultor Gustavo de Angeli Ferreira palestrou para o público quando abordou questões relacionadas a produção, ao mercado, perspectivas e inovações do setor.
A floricultura, entendida como o conjunto de atividades produtivas e comerciais relacionadas ao mercado de espécies vegetais cultivadas com finalidades ornamentais, é um dos mais novos, dinâmicos e promissores segmentos da agricultura brasileira. Esta nova perspectiva foi abordada pelo palestrante que destacou as amplas possibilidades que estão surgindo para quem investe neste setor. “O comércio de flores hoje acontece além das floriculturas, pode estar nos supermercados, shoppings e até nas farmácias, são novos espaços que estão surgindo e existem pessoas com potencial de compra em todos estes lugares”, observa.
De mercado vasto, para o qual praticamente não existem datas ruins, as floriculturas podem representar um excelente negócio. Explorada comercialmente desde a década de 1950, passou a crescer nos últimos anos, principalmente em função da evolução dos indicadores socioeconômicos, das melhorias no sistema distributivo dessas mercadorias e da expansão da cultura do consumo de flores e plantas como elementos expoentes de qualidade de vida, bem-estar e reaproximação da natureza.
A diversificação do mercado produtor, formando polos regionais de comercialização, avanços tecnológicos e a pro-fissionalização do setor são indicadores desse crescimento. Nesse contexto, o mercado de trabalho para o florista também tem crescido nos últimos anos.
Em Paraíso a atividade está começando a despontar e a Sedeagro (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agropecuário) tem apoiado aos interessados. “Aqui nós já temos um produtor de rosas. Pensamos em oferecer esta palestra aos demais produtores para que se alguém tiver esta aptidão e inclinação para este segmento que já possa ter um certo conhecimento para saber se é favorável ou não e que ouse deve buscar mais conhecimento, nós iremos apoiar”, comenta a secretária Yara de Lourdes Souza Borges.
Parceiro na organização e realização da 2ª Destec-HF, Henry Pimenta, consultor da Via Verde, disse que a iniciativa de trazer a palestra sobre floricultura para a feira visa instruir os interessados para este novo setor. “Trouxemos este assunto como novidade, pois, trata-se de um mercado novo que está se abrindo aqui em Paraíso”, observa. Ele ressalta que é preciso dedicação por ser uma área que demanda dedicação e observação rigorosa quanto às técnicas de manejo e produção.
Nos últimos anos a Sedeagro encaminhou os produtores de HF do município para visitar a Hortitec (Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas), que acontece em Holambra (SP). O evento que por sua tradição é conhecido como uma das maiores da América Latina no setor é apontado como oportunidade para os produtores estarem em contato com as mais novas e interessantes tecnologias e produtos do mercado para os horticultores e floricultores. “O pessoal está em busca de conhecimento, tem mantido contato com representantes do setor e cabe a nós sermos facilitadores para que esta nova cultura possa ser difundida no nosso município”, avalia.
CONSELHOS
Segundo Gustavo Ferreira, um aspecto fundamental neste mercado é a qualidade do produto, pois, se observa que os consumidores estão cada vez mais exigentes. As pessoas querem ter arranjos que fiquem bonitos e frescos durante todo o evento, ou que permaneçam bonitos, por vários dias, em casa, descreve. A recomendação é que ao elaborar arranjos florais, o florista deve ter bom senso, gosto, criatividade e, acima de tudo, deve conhecer a técnica.
Segundo o Sebrae, 80% das espécies produzidas no país são tropicais, o que denota um possível nicho de mercado, com elevado potencial de crescimento, visto as barreiras produtivas que outros países teriam para a produção de flores tropicais. Ocorreram mudanças no segmento de distribuição, com o aumento de 50% do número de centrais de atacado e redução de 21% dos pontos de venda no varejo. O que se traduz em mudanças na estrutura de comercialização de flores, que provavelmente está associado com mudanças no hábito do consumidor. Um exemplo deste fato é o grande direcionamento do consumidor para rede supermercadista em detrimento de lojas especializadas apenas em floricultura, expondo ainda mais o efeito das vendas por impulso.
Diante do potencial de mercado de flores, abrir uma floricultura pode representar um excelente investimento e uma boa forma de assegurar a independência financeira, acrescenta o consultor. Se bem planejadas, com um bom esquema de fornecimento e de entregas, elas são boa fonte de lucros e de alegrias comerciais por um longo tempo.