MINISTRO DA AGRICULTRA

Peneira Alta recebe visita de ministro da Agricultura e embaixadora da Etiópia

Por: João Oliveira | Categoria: Agricultura | 26-12-2017 10:12 | 17788
Foto: Nelson P. Duarte/Jornal do Sudoeste

Uma comitiva de autoridades do governo da Etiópia visitou na manhã de segunda-feira (18/12) os Armazéns Gerais Peneira Alta, em São Sebastião do Paraíso. Dentre as autoridades, o ministro da Agricultura daquele país, Eyasu Abra-ha Alle, e a embaixadora no Brasil, Sinknesh Ejigu, intermediados pelo Programa Unidos da Organização das Nações Unidas, que busca fomentar e potencializar a produção cafeeira naquele país. A comitiva foi recepcionada pelos diretores da Peneira Alta, Geraldo Alvarenga e Fernando Alvarenga.
Os diretores percorreram armazéns, explicando aos membros da comitiva o funcionamento tecnologia utilizada para o recebimento, classificação e armazenagem de cafés recebidos.
Conforme o ministro Alle, a visita envolveu buscar entender, além de aspectos financeiros, como se dá desde a produção até a comercialização do café no Brasil e a relação entre bancos e o setor privado com o produtor no país. "Um dos motivos, também, é entender como que a pesquisa faz com esse elo seja mais fortificado, principalmente através da Embrapa. A tecnologia é muito importante para essa cadeia produtiva" ressalta.
Outro elemento destacado pelo  ministro que motivou a visita foi como se inteirar de como as informações chegam ao setor privado e aos produtores por meio dessa extensão da Embrapa. "É um elemento muito importante para o café, principalmente. Outro aspecto é como funciona o apoio governamental, como ele se encaixa nesse processo e como o governo, por último, pode ajudar nas questões mais macro, como infraestrutura, como é a oferta de crédito e, por último, como é feita a pesquisa nessa questão", acrescenta. 
A visita das autoridades etíopes, conforme salienta o ministro também envolve a busca de informações técnicas, por exemplo, tratar sobre questão referentes a acidez do solo e mudanças climáticas e como isto é abordado aqui no Brasil. Segundo o ministro, 43% do solo da Etiópia é ácido. "Viemos aprender isso com a Embrapa, que tem sido muito bem sucedida nessa recuperação do solo para fins agrícolas. Em termos gerais, o primeiro motivo é o café e o segundo é a pesquisa do solo", diz.
Outras questões nortearam a visita. O ministro citou a da qualidade do café brasileiro, a produtividade por hectares no Brasil, que pode excepcionalmente chegar a 96 sacas por hectare, ao passo que na Etiópia esse número em média e de 11 sacas por hectare. Eyasu Abraha Alle mencionou ainda o interesse em saber sobre a ligação entre extensão, pesquisa e produtor, um dos focos principais do Brasil, e por último aspectos ligados a comercialização do café.
"Temos que reconhecer a importância que o setor privado tem na cadeia produtiva do café. Estivemos em Brasília, na Embrapa, onde conversamos com representantes, na Conab, no Museu do Café no Porto de Santos", disse.
É a primeira vista do ministro Alle ao Brasil, país que, conforme diz, conhecia apenas pelo futebol, o qual ele gosta muito. Ressalta ter gostado da atenção e pesquisa dedicada ao café, que é "bem focado e objetivo", ressalta.
Para o empresário Geraldo Alvarenga, a visita teve um significado muito importante para a Peneira Alta. "Receber essa visita do ministro da agricultura da Etiópia é sinal de que a cafeicultura no Brasil está sensibilizando muito o mundo. E se vieram aqui para aprender alguma coisa e levar, como o próprio ministro disse, algo que agregue a eles, para nós é motivo de bastante orgulho", finaliza.




PROGRAMA "UNIDOS"
Conforme a assistente do Projeto Unidos, Ana Pessoa Huber, o programa, que é implementado pela Unidos, que por sua vez é financiado pelo governo da Itália e com cooperação Illycaffè, uma das maiores empresas de torrefação da Itália, tem por finalidade melhorar, não apenas a qualidade, mas também a entrada da Etiópia no Café.
"Apesar do café ter sido originário da Etiópia eles param na questão tecnológica, no manejo, na parte do plantio, na questão de pesquisa eles estão muito atrás, por isso nós organizamos essa viagem que se chama Study Tour, ou seja, um tour que fazemos com eles estudando as condições do país, o que ele pode oferecer, quais são as ideias, as inovações, o que essa viagem pode mudar na cabeça deles, que são governantes, o que eles vão pegar de impressões do Brasil para implementar no país deles", explica Huber.
Ainda, de acordo com Ana Huber, nessa visita esses representantes do governo da Etiópia querem aprender de tudo. "Como vocês fazem o plantio, como é o manejo do solo, porque na Etiópia o solo é muito ácido e querem aprender como fazer esse controle. Eles aprenderam como vocês fazem a classificação e análise, e até já sabem alguma coisa, mas querem sugar o máximo de informação para implementar devagarzinho no país deles, porque eles estão engatinhando e o que ele viram aqui hoje ficaram impressionados", completa.