GORVALHO

Morre ex-vereador e congadeiro Gorvalho

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 02-04-2018 17:04 | 7783
Depois de velado na Câmara, o corpo foi levado ao cemitério pelo Corpo de Bombeiros
Depois de velado na Câmara, o corpo foi levado ao cemitério pelo Corpo de Bombeiros Foto: Tiel/Jornal do Sudoeste

Faleceu na noite de 1º de abril, o ex-vereador José Salvador Eustáquio, o Gorvalho. Ele era congadeiro, considerado atualmente um dos principais capitães e congadeiros da história de São Sebastião do Paraíso. O velório foi realizado na Câmara Municipal e o sepultamento  na tarde desta segunda-feira,2, no Cemitério Municipal da Saudade. Ele estava hospitalizado. A causa da morte não foi divulgada. 
José Salvador Eustáquio foi vereador por dois mandatos entre as décadas de 1970 e 1980. O primeiro período foi entre 31 de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983 e no segundo mandato compreendido entre 1º de fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988. Em virtude do seu falecimento o prefeito Walker Américo Oliveira, decretou na manhã de segunda-feira, 2 de abril,  luto oficial no Município, por três dias, em sinal de pesar.
O documento faz algumas considerações como que José Salvador Eustáquio era apontado como uma das maiores expressões folclóricas de congo da cidade, e que suas obras  e seus feitos se perdurarão. Gorvalho foi capitão dos ternos de Congo Bela Vista e Chambá e ex-presidente da Associação Paraisense de Defesa do Folclore Brasileiro (APDFB). Também foi cantor e compositor sertanejo e fez parte da dupla Correto e Corrente, com o qual apresentou programa Domingo em Festa, na extinta Radio Difusora Paraisense e na Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte.
Seu passamento teve grande repercussão entre os congadeiros que lamentaram a sua morte. O Terno de Congo Bela Vista, registrou em sua página oficial no Facebook uma mensagem. "É com pesares que anunciamos o falecimento do senhor José Salvador Eustáquio, o Gorvalho, na noite deste domingo 01/04. Gorvalho foi uma das pessoas que fundou o terno de Congo Bela Vista e ficou por vários anos exercendo a função de Capitão.  Que descanse em paz, nossos sentimentos profundos a toda família", diz a nota. 
De Pratápolis, o Terno Marinheiros do Prata lembrou que em meio a tantos versos feitos por ele, "Herança de Congadeiro" um se tornou hino e que neste momento define o sentimento de todos os congadeiros. Diz o texto: "Quando eu morrer coloca em meu jazigo as vestes de um congadeiro ao invés de um vaso florido; Quando eu morrer por favor toque o sino e um coral de um congadeiro na hora que eu for saindo; Mas leve a caixa, tamborim e o pandeiro ; Tudo isso lhe pertence, herança de congadeiro."
A Associação Paraisense de Defesa do Folclore Brasileiro (APDFB) também registrou mensagem de despedida. “Até aqui viajamos juntos. Passaram vilas e cidades, cachoeiras e rios, bosques e florestas... Não faltaram os grandes obstáculos. Frequentes foram as cercas, ajudando a transpor abismos... As subidas e descidas foram realidade sempre presente. Juntos, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas, descobrimos cidades... Chegou o momento de cada um seguir viagem sozinho... Que as experiências compartilhadas no percurso até aqui sejam a alavanca para alcançarmos a alegria de chegar ao destino projetado. 
“A nossa saudade e a nossa esperança de um reencontro aos que, por vários motivos, nos deixaram, seguindo outros caminhos. O nosso agradecimento àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes, nos quiseram bem e nos apoiaram nos bons e nos maus momentos. Dividam conosco os méritos desta conquista, porque ela também pertence a vocês. Uma despedida é necessária antes de podermos nos encontrar outra vez. Que nossas despedidas sejam um eterno reencontro. Vai em paz companheiro! Hoje o céu esta em festa com sua voz amigo. Vai fazer muita falta!”, finaliza a mensagem. 
José Salvador Eustáquio era natural de São Tomás de Aquino. Trabalhou como pedreiro e foi mestre de obras na construção civil.