O vereador Jerônimo Aparecido da Silva (DEM) protocolou na manhã de segunda-feira (3/4), ofício contestando informações divulgadas pelo presidente da Câmara dos Vereadores, Marcelo de Morais, a cerca de possíveis irregularidades em gastos com as obras do prédio. O ofício foi lido em sessão onde o vereador diz que informações são mentirosas e que o presidente da Casa faltou com ética ao levar esse relatório a público sem ouvir a parte contrária antes. Jerominho também solicitou ao presidente certidão contendo na íntegra o relatório, os processos licitatórios, pareceres jurídicos e contábeis da época com as devidas prestações de contas, incluindo também o relatório divulgado pelo Jornal do Sudoeste da edição de sábado (1/4).
O vereador falou que nada que o presidente da Casa disse em entrevista ao “JS” condizia com a verdade e ressaltou que não entraria em detalhes porque ainda não havia tido acesso a toda documentação requerida. “Haja vista que temos hoje na Câmara uma equipe altamente profissional e a mesma equipe que acompanha vossa excelência, é a que me acompanhou no término da construção desta Casa. Tudo foi feito com extrema lisura, inclusive com o acompanhamento do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE). Tudo o que era feito era encaminhado para este órgão e assim que eu tiver toda a documentação em mãos e o relatório final, encaminharei ao ‘J.S’ para que também se dê publicidade”, disse.
Jerominho falou ainda que não tem nenhuma dúvida em relação aos gastos com a obra e disse que não foi um trabalho fácil, comparando a obra da nova sede do Ministério Público que, segundo ele, está parada. “Tudo o que é feito em obras públicas, é bom deixar claro que, mesmo eu não concordando, o orçamento é feito pela Setop (Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas). Fico no aguardo da documentação e entendo as razões da vossa excelência, mas é preciso que haja coerência naquilo que será publicado. Acredito que o presidente tenha tido o acompanhamento da procuradora; um relatório totalmente desconexo com aquilo que realmente aconteceu nesta construção”, completou.
Marcelo Morais questionou a postura do vereador Jerominho e o que ele disse em ofício. “Esse relatório foi um trabalho de 90 dias e quando me dirigi a procuradoria da Câmara, pedi para que não fosse feita nenhuma denúncia e nenhuma acusação a alguém desta Casa. E em nenhum momento isso foi feito. O que foi registrado em relatório é um questionamento em relação aos gastos com a construção da nova Câmara. Em momento algum eu questionei em relatório o trabalho do vereador Jerominho, o que eu questionei foi que se foi pago R$ 130 mil em um projeto para esta Casa, é impossível que não se contemplava detalhes como a necessidade de uma marquise nova. Questionei o ex-vereador José Luiz Corrêa que colocou a obra orçada em R$ 4 milhões e que eu posso garantir que ficou em mais de R$ 5 milhões e ainda feito outra licitação para a construção de um estacionamento e um palco”, disse.
Jerominho justificou que a construção do “palco” não foi feita com o intuito de apresentações artísticas, mas caso houvesse a necessidade de um evento onde fosse necessário hastear bandeiras e que o estacionamento, com as mudanças de trânsito que devem ser feitas na região, não haveria lugar para estacionar os carros. O vereador também disse que houve preocupação em reduzir os gastos, citando o mobiliário que, segundo eles, ficaram em torno de R$ 500 mil e não R$ 900 mil conforme divulgado pelo Jornal do Sudoeste em última edição.
O presidente da Câmara voltou a esclarecer que em relação a matéria publicada, além dos valores em relação ao gasto com o mobiliário da Câmara, outro valor que teria saído equivocadamente foi em relação aos gastos com as cadeiras do plenário, que custaram R$ 830 cada, ao todo 180 lugares. “Todos os demais valores estão corretos e registrados neste relatório, que foi protocolado no Ministério Público para resposta para procedimento preparatório está estudado minuciosamente. Não sei o se o MP vai tomar alguma previdência em relação a isto, mas se houver alguma irregularidade, que o MP aponte, não serei eu a fazer isto. O que eu fiz foi um questionamento que é um direito que me assisti”, completou o presidente da Câmara.
OUTROS QUESTIONAMENTOS
O vereador Marcelo Morais elevou o tom ao citar o que Jerominho disse a reportagem do “J.S” questionando o número de contratações na Câmara dos Vereadores e as adjetivações atribuídas a ele em ofício encaminhado pelo vereador a Casa. “Eu não posso aceitar que o seu advogado me chame de aético, deselegante, irreal, que eu cometi um deslize ético por parte do denunciante. O que eu denunciei? Eu não fiz isso”, disse.
Sobre o número de contratações, o vereador citou as contratações feitas pelos presidentes anteriores e afirmou que ao chegar a Câmara retirou um ‘esquema’ que existia com agência de publicidade. “Não vou gastar mais R$ 200 mil com publicidade (que tem no orçamento) e se nós gastarmos R$ 70 mil será muito. Ou seja, está sendo tudo feito com muita transparência, porque eu criei uma equipe de assessoria que faz todas as artes de jornal, TV e rádio. Eu não estou discutindo se isso está certo ou errado ou se alguém ganhou com isso, mas vocês querem discutir as contratações de assessores que passou de 11 para 15”, completou.