CULTURA POP - ENTREVISTA

Carioca da gema; mineiro de coração

Por: Redação | Categoria: Entretenimento | 12-11-2000 21:41 | 811
Marcelo Carioca é a nova aquisição da Paraíso FM
Marcelo Carioca é a nova aquisição da Paraíso FM Foto: Nelson P. Duarte

As profissões ligadas à área de comunicação social são hoje as mais concorridas nas faculdades brasileiras. Atuar no meio é o sonho de muitas pessoas. Sonho que o jovem Marcelo Guido, 32 anos, prestes a se formar como jornalista pela Universidade de Franca (Unifran) realiza há algum tempo. Nascido no Rio de Janeiro, capital, cidade onde iniciou seu contato com os veículos de comunicação, Marcelo hoje reside com sua esposa e familiares em São Sebastião do Paraíso, trabalhando no jornal local A Gazeta e agora, é o mais novo contratado pela Paraíso FM, que já estava de olho no potencial do rapaz. Após algumas experiências em emissoras comunitárias da cidade e região, Marcelo espera fazer bastante sucesso na nova casa e diz arrepender-se de não ter começado antes na 89,7 Mhz. É com ele que o CULTURA POP realizou uma entrevista esta semana.

Cultura Pop: Conte-nos um pouco sua vinda do Rio para Minas.
Marcelo: A família de minha esposa Fernanda é natural de Monte Santo de Minas. Eu nasci e fui criado no Rio de Janeiro. Estava meio difícil para nós virmos sempre para cá. Aí resolvemos nos mudar de vez para São Sebastião, arriscando uma vida diferente no interior, ficando mais perto dos familiares dela.

CP: E com esta mudança, houve diferenças?
Marcelo: Com certeza. Eu senti certa estranheza e fui obrigado a mudar o meu estilo, principalmente na locução. No interior existe muita falta de credibilidade. As pessoas são muito tradicionais e estão presas a coisas tradicionais também. Eu precisei lutar pelo meu espaço.

CP: Você foi convidado para trabalhar na Paraíso FM. Como se sentiu?
Marcelo: Eu fiquei muito contente com isso. A gente pensa que não estamos sendo observados por outros colegas e que eles não estão vendo o que está acontecendo em outras emissoras e é mentira. Quem me convidou foi o Silvano Zague e o Ricardo Alexandre. É uma oportunidade para eu mostrar o meu trabalho. A Paraíso FM é uma empresa e os colegas são como uma família. Eu percebi que o pessoal veste a camisa da rádio.

CP: E o contato com público?
Marcelo: Os ouvintes da cidade estão mais acostumados com o pessoal da região. Talvez eles estranhem o sotaque, mas eu tenho recebido diversos telefonemas e isso é uma forma de incentivo. Todo começo é meio complicado e comigo está sendo diferente, pois eu havia trabalhado no Rio numa emissora mais pop. Aqui na 89, a programação é mesclada. Acho interessante, pois a gente não fica limitado a um estilo só.

CP: Este ano você se forma em Jornalismo. Que rumos pretende dar à sua carreira?
Marcelo: Não pretendo limitá-la a uma determinada área. O rádio é a minha primeira opção para tudo. Mas eu gosto da comunicação impressa também. A televisão ainda não despertou o meu interesse.

CP: Como você analisa o papel dos veículos de comunicação em relação aos jovens?
Marcelo: Na minha opinião, a questão do jovem anda meio esquecida. Os meios de comunicação aqui da cidade estão mais ligados à área rural e comercial. É lógico que toda empresa visa lucro, mas não se deve esquecer do jovem que também é uma fatia do mercado e sente necessidade de algo voltado para ele. O que acontece hoje nas cidades do interior? Quando se chega a uma certa idade, o jovem vai embora estudar e procurar outros campos de trabalho fora da sua terra natal. Deveria acontecer o contrário. A cidade precisa encontrar meios de manter estes jovens aqui, pois eles são o futuro e vão construir o amanhã da cidade e região.

CP: E o mercado de trabalho na área de comunicação?
Marcelo: Está e sempre esteve concorrido e para se manter nesta área, o profissional tem que procurar evolução, acompanhando as novidades, ficando por dentro de tudo o que acontece à sua volta. Quem deseja ingressar nesta área tem que estar disposto a abrir a mente e correr atrás de seu espaço, mas sempre com profissionalismo, pois nada vai cair do céu. Se a pessoa for acomodada, ela não se encaixa no perfil de um profissional da área de comunicação.

Jogo Rápido

  • Música: Sou bastante eclético, mas gosto mais de rock´n roll e sinto falta disso nas rádios locais.
  • Rock in Rio 2001: Está meio descaracterizado em relação aos primeiros.
  • Literatura: Gostaria de ler mais, mas me falta tempo. Ultimamente tenho lido livros mais técnicos, ligados à área de comunicação. O último livro que li foi “A História de Sofia”, que conta a vida dos filósofos.
  • Televisão: Não sou muito vidrado, mas prefiro telejornais.
  • Ídolos na carreira: Não tenho nenhum, mas observo todos os profissionais que atuam na área, analisando o que todos possuem de melhor.
  • Censura: Qualquer tipo é ruim. Há a necessidade de se analisar as coisas com cautela e ver o que está sendo apresentado e levado ao público. Se há programas ruins e, é porque há pessoas assistindo a isso. Sou a favor da liberdade de expressão.
  • Na Paraíso FM: de Segunda à Sexta-feira, das 21h à 1h, apresentando inclusive o “Soft Night” (músicas românticas) e aos domingos, fazendo o “Domingaço”, das 14h às 18h.