Após o GP da Austrália, terceira etapa do campeonato, a diferença de Charles Leclerc, vencedor daquela prova, para Max Verstappen que abandonou, era de 46 pontos. O atual campeão da F1 deixou Melbourne na 6ª posição do campeonato, enquanto Leclerc despontava como o homem a ser batido.
Mas a partir daí as coisas mudaram. Verstappen emplacou três vitórias seguidas, além da sprint do sábado, em Imola, e virou o jogo. Agora tem 9 pontos de vantagem sobre Leclerc (110 a 104) após vencer na Espanha, no domingo passado.
Leclerc perdeu uma corrida que venceria com um pé nas costas, traído pela falta de potência do motor Ferrari. Apesar da frustração, Leclerc mostrou maturidade ao ver o lado positivo do abandono: “Estou me sentindo melhor agora do que nas últimas duas corridas porque o nosso pacote de atualizações funcionou”, disse. Do outro lado, Verstappen superou os problemas de DRS (asa traseira móvel que não funcionou corretamente), uma escapada de pista surpreendido pela rajada de vento, e ainda foi ajudado por Sergio Pérez que cumpriu bem o papel de segundo piloto da Red Bull.
Foi a 24ª vitória de Verstappen, a 4ª do ano e 3ª consecutiva. A Red Bull fez a segunda dobradinha do ano e pela primeira vez lidera o campeonato de Construtores, desde o GP da Inglaterra do ano passado.
O campeonato é longo, mas agora é Verstappen quem tem o controle da situação e com a vantagem de não carregar mais o peso de quem luta pelo primeiro título. O GP da Espanha, tradicional por entregar corridas monótonas, contrariou as expectativas e marcou o avanço da Mercedes que se mostrou competitiva com o novo assoalho que parece ter colocado os carros de Lewis Hamilton e George Russell nos trilhos.
E neste final de semana tem mais. A F1 está em Mônaco, que apesar de toda a tradição e história que se confunde com a própria F1, começa a ser questionado se ainda cabe no calendário da F1, dada as dificuldades de ultrapassar, o que muitas vezes torna a corrida chata. E é justamente o piloto da casa, Charles Leclerc, quem tem que se entender com as ruas do Principado e espantar o fantasma da má sorte de nunca, nem nas categorias de base, conseguir terminar a corrida. Ano passado ele fez a pole position e sequer pode largar porque o câmbio quebrou na volta de alinhamento para o grid. E para dar mais pano pra manga, no começo do mês ele bateu a lendária Ferrari 312B de Niki Lauda por falha nos freios quando participava de uma tradicional corrida de carros históricos em Mônaco.
A corrida do ano passado teve apenas uma ultrapassagem e a grande atração foi a porca da roda dianteira direita do carro de Valtteri Bottas que não se soltou na troca de pneus e o pit stop só foi terminar dois dias depois na fábrica da Mercedes.
Além da F1, vai ser interessante acompanhar em Mônaco o desempenho do brasileiro Felipe Drugovich que venceu as duas corridas da F2 na Espanha e reassumiu a liderança do campeonato que é a principal porta de entrada para a F1.
E o último domingo de maio também é reservado para 500 Milhas de Indianápolis, que tem dois veteranos brasileiros sempre bem cotados para a vitória: Helio Castroneves e Tony Kanaan. Helinho venceu no ano passado mesmo sem estar entre os favoritos e se repetir o feito amanha, se tornará o maior vencedor de todos os tempos em Indianápolis.
E por falar em veteranos, é de uma velha raposa, Scott Dixon, a pole position mais rápida da história das 500 Milhas com média superior a 376 km/h.
A largada para o GP de Mônaco acontece amanha às 10h, ao vivo na Band e rádio Band News FM, e a Indy 500 às 13h, ao vivo nas TVs Cultura e ESPN.