A F1 está de volta com o GP da Holanda depois de 25 dias de férias. O campeonato ruma para a parte final, mas totalmente aberto e com 10 corridas e três Sprints pela frente com 284 pontos em jogo. Max Verstappen é o líder com uma vantagem confortável de 78 pontos (277 a 199) sobre o vice-líder, Lando Norris, mas a diferença da Red Bull no campeonato de construtores sobre a 2ª colocada, McLaren, já não é tão confortável assim com apenas 42 pontos (408 a 366). Isso porque nas últimas corridas houve acentuada queda de rendimento dos modelos RB20, somado às falhas de Sergio Pérez que não tem entregado resultados à altura do que a equipe espera, enquanto a McLaren vem em grande ascensão somando pontos regularmente com Norris e Oscar Piastri. E para complicar, a surpreendente melhora da Mercedes que vem de três vitórias nas últimas 4 corridas tem tirado pontos importantes da Red Bull.
Nem o mais otimista dos torcedores da F1 poderia imaginar que o campeonato que começou irritantemente monótono sob domínio absoluto de Verstappen fosse ganhar vida a partir do GP de Miami que teve a vitória de Lando Norris com a McLaren. De lá para cá outros 4 pilotos ganharam corridas. Leclerc venceu em Mônaco, George Russell na Áustria, Piastri na Hungria e Hamilton na Inglaterra e na Bélgica, essa última depois da desclassificação de Russell por estar abaixo do peso mínimo. Antes, Carlos Sainz havia vencido na Austrália, única vez em que Verstappen não pontuou devido a falha nos freios.
É a primeira vez desde 2012 que a F1 tem tantos vencedores diferentes em uma mesma temporada. Naquele ano foram 8, e até aqui já são 7 pilotos de 4 equipes. Apenas Sergio Pérez não venceu. O mexicano ganhou mais uma sobrevida na Red Bull. Havia a expectativa de que ele não voltasse das férias ou que fosse rebaixado para a RB numa troca com Daniel Ricciardo. Mas ainda nos primeiros dias de férias a Red Bull pôs fim aos rumores confirmando que Pérez continuará no time principal até o final do ano. Ele tem contrato até 2026, mas há cláusulas de desempenho em seu contrato e nada está garantido caso seus desempenhos continuem abaixo do esperado. A sorte de Pérez é que Daniel Ricciardo também não fez nada que chamasse a atenção desde a sua reestreia na F1 durante a metade da temporada passada quando foi contratado justamente para ser uma possível alternativa para o lugar de Pérez. Foi no GP da Holanda do ano passado que Ricciardo sofreu um forte acidente nos treinos da sexta-feira e precisou ficar afastado por 5 corridas para se recuperar de uma fratura na mão, sendo substituído por Liam Lawson que fez ótimo trabalho e está em compasso de espera por uma chance como titular.
É provável que no final do ano, a depender dos resultados de Pérez ou Ricciardo, uma vaga seja aberta ao jovem neozelandês que é bem quisto pelo consultor da Red Bull, Helmut Marko.
Com a confirmação de Carlos Sainz na Williams e de Jack Doohan na Alpine – mais um estreante no ano que vem -, três vagas seguem indefinidas para o ano que vem na Sauber, na RB e na Mercedes para o lugar de Lewis Hamilton que vai para a Ferrari. Tudo indica que o escolhido será a jovem promessa italiana da F2, Andrea Kimi Antonelli, mas Toto Wolff ainda aguarda por uma possível, porém improvável saída de Max Verstappen da Red Bull. O holandês completa seu 200º GP na F1 correndo em casa neste final de semana. Perguntado se haverá outros 200 pela frente, ele respondeu categoricamente que “não”. Verstappen já disse outras vezes que não se vê correndo na F1 por tanto tempo.
Este é o 39º GP da Holanda, prova que faz parte do calendário da F1 desde 1952, mas que passou longo hiato de 36 anos sem o seu GP. O Circuito de Zandvoort foi construído em 1948 entre dunas de areia às margens do Mar do Norte e é uma das poucas pistas raízes remanescentes da F1. Houve pequenas mudanças ao longo dos anos em seu traçado de 4.259 metros, curto e estreito, de difícil ultrapassagem e que gera muito estresse nos pneus por conta da elevada inclinação da Curva 14 que antecede a reta dos boxes. A classificação para o grid de largada acontece hoje às 10h, mesmo horário em que as luzes vermelhas se apagam amanhã para o início da 15ª etapa do campeonato.